Essa frase, que tem permeado o conceito de conquistas através da mobilização da sociedade civil organizada, reflete uma realidade inegável: a união das pessoas em torno de determinadas causas vem produzindo fenômenos sociais com poder e energia que historicamente mostram ser capazes de reverter e mudar cenários e situações. É incontestável que a força do clamor de uma população unida é surpreendentemente maior do que a reivindicação dos solitários ou dos desunidos, sobretudo em alguns casos específicos; por exemplo, na política.
No passado, mesmo após a morte do primeiro-ministro José, filho de Jacó, o povo hebreu continuou vivendo durante algum tempo no Egito e desfrutando de uma vida cidadã e digna naquele Estado, onde eles (hebreus) se multiplicavam enquanto população extraordinariamente. “Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles.” (Êxodo 1. 7)
O novo Faraó entendeu e concluiu que sua hegemonia, assim como a soberania de seu Estado, estava diante de um risco iminente. Ora, seu temor era de que os hebreus, em maior número que os egípcios, unidos e mobilizados, viessem a dominar politicamente o Egito. O rei egípcio não ocultou seu medo ou paranoia, mas o declarou com todas as letras aos seus nobres: “Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo guerra, peleje contra nós e saia da terra.” (Êxodo 1.10)
Ou seja, tudo nos leva a crer que talvez nem mesmo os hebreus tinham a noção de que eram maiores e mais poderosos que os egípcios. Logo após essa conclusão de Faraó, os egípcios iniciaram campanhas voltadas para promover a desmobilização do povo hebreu, com cargas e aflições de toda natureza, inclusive destituindo-o dos direitos de cidadania de que gozava, condenando-o à condição de escravidão e penúria.
Mesmo naquela época, Faraó já sabia que o povo unido jamais seria vencido.
Texto: Dr. Carlos Oliveira
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