Adolescência Interrompida - Gravidez precoce


Além da perda de uma fase da vida, jovens correm mais risco de morrer por complicações durante o parto.

Uma em cada cinco mulheres no mundo todo vai dar à luz até os 18 anos de idade. Não, não é uma projeção futurística, esotérica ou coisa do tipo. E, sim, o número assusta. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS), preocupada com a gravidez na adolescência (entre 10 e 19 anos, pelo critério das Nações Unidas), a principal causa de morte das mulheres dessa faixa etária, 1 milhão anuais, segundo levantamento da ONG Save The Children.

As jovens não estão preparadas para gestar uma vida. A organização não governamental alerta que mulheres entre 15 e 19 anos têm duas vezes mais chance de morrer do que mães acima dos 20 anos. Entre meninas de 10 a 14 anos a probabilidade é cinco vezes maior (veja mais dados no quadro abaixo). Nesta última faixa etária, inclusive, ainda com o corpo de menina, cintura e pélvis pequenas, o parto pode ter dificuldades de realização e até ser prolongado. 

O perfil dessas jovens mães, de acordo também com estudos da OMS, é de, geralmente, mulheres pobres, com menos acesso à educação e moradoras de áreas rurais. No universo daquelas entre 15 e 19 anos, estima-se que cerca de 15,2 milhões dão à luz anualmente em países subdesenvolvidos. Muitas nem sequer entendem o que estão passando e, desesperadas, com pouco ou quase nenhum dinheiro, apelam para o aborto de risco, utilizado por aproximadamente 2,5 milhões.

A juventude mostra pouca adesão às orientações do pré-natal, isso impede cuidados essenciais. Cerca de 1 milhão de crianças morrem todo ano logo no primeiro dia, ou por asfixia (pelo nervosismo da mãe), ou por prematuridade na formação de órgãos.

Quando a gravidez acontece, os amigos se afastam, o namorado, na maior parte das vezes, também. Sozinha, a adolescente tem de aprender a lidar com as mudanças indesejadas no corpo, com a solidão e a decepção de ter sido abandonada e com a responsabilidade de cuidar de uma criança. Muitas entregam seus filhos a suas mães, como se pudessem transferir a responsabilidade, e acabam se arrependendo mais tarde.


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