CHINA - De olho nas terras agrícolas do Brasil

Através do jornalista Alexei Barrionuevo e do repórter-fotográfico Daniel Kfouri, o jornal norte-americano The New York Times editou e veiculou reportagem com o título O interesse da China em terras agrícolas torna o Brasil inquieto, destacando o interesse dos chineses pela compra de terras na região Norte do Estado de Goiás. Equipe de reportagem visitou Uruaçu, onde colheu diversos dados.
Até o momento da pastagem neste site, 61 comentários sobre o assunto haviam sido registradas na versão on-line do famoso periódico (onde foi feita a postagem dia 26 de maio), que tem sede em Nova Iorque e que pertence à The New York Times Company, também publicadora de outros jornais. A reportagem também foi veiculada versão impressa.


Veja o Link:
 http://www.nytimes.com/2011/05/27/world/americas/27brazil.html?_r=1&ref=alexeibarrionuevo


Abaixo, a veiculação original e mais adiante a tradução (trata-se de tradução livre [o que possibilita algumas divergências em termos de colocações pertinentes a língua portuguesa], via google).
Reportagem, que foi ilustrada com as fotos acima e, que pode ser acessada também pelo link a seguir.


China’s Interest in Farmland Makes Brazil Uneasy
URUAÇU, Brazil — When the Chinese came looking for more soybeans here last year, they inquired about buying land — lots of it.

Officials in this farming area would not sell the hundreds of thousands of acres needed. Undeterred, the Chinese pursued a different strategy: providing credit to farmers and potentially tripling the soybeans grown here to feed chickens and hogs back in China.
“They need the soy more than anyone,” said Edimilson Santana, a farmer in the small town of Uruaçu. “This could be a new beginning for farmers here.”
The $7 billion agreement signed last month — to produce six million tons of soybeans a year — is one of several struck in recent weeks as China hurries to shore up its food security and offset its growing reliance on crops from the United States by pursuing vast tracts of Latin America’s agricultural heartland.
Even as Brazil
, Argentina and other nations move to impose limits on farmland purchases by foreigners, the Chinese are seeking to more directly control production themselves, taking their nation’s fervor for agricultural self-sufficiency overseas.
“They are moving in,” said Carlo Lovatelli, president of the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries. “They are looking for land, looking for reliable partners. But what they would like to do is run the show alone.”
While many welcome the investments, the aggressive push comes as Brazilian officials have begun questioning the “strategic partnership” with China encouraged by former President Luiz Inácio Lula da Silva. The Chinese have become so important to Brazil’s economy that it cannot do without them — and that is precisely what is making Brazil increasingly uneasy.
“One thing the world can be sure of: there is no going back,” Mr. da Silva said while visiting Beijing in 2009.
China has become Brazil’s biggest trading partner, buying ever increasing volumes of soybeans and iron ore, while investing billions in Brazil’s energy sector. The demand has helped fuel an economic boom here that has lifted more than 20 million Brazilians from extreme poverty and brought economic stability to a country accustomed to periodic crises.
Yet some experts say the partnership has devolved into a classic neo-colonial relationship in which China has the upper hand. Nearly 84 percent of Brazil’s exports to China last year were raw materials, up from 68 percent in 2000. But about 98 percent of China’s exports to Brazil are manufactured products — including the latest, low-priced cars for Brazil’s emerging middle class — that are beating down Brazil’s industrial sector.
“The relationship has been very unbalanced,” said Rubens Ricupero, a former Brazilian diplomat and finance minister. “There has been a clear lack of strategy on the Brazilian side.”
While visiting China last month, Brazil’s new president, Dilma Rousseff, emphasized the need to sell higher-value products to China, and she has edged closer to the United States. “It is not by accident that there is a sort of effort to revalue the relationship with the United States,” said Paulo Sotero, director of the Brazil Institute at the Woodrow Wilson International Center for Scholars. “China exposes Brazil’s vulnerabilities more than any other country in the world.”
China
’s moves to buy land have made officials nervous. Last August, Luís Inácio Adams, Brazil’s attorney general, reinterpreted a 1971 law, making it significantly harder for foreigners to buy land in Brazil. Argentina’s president, Cristina Fernández de Kirchner, followed suit last month, sending a law to Congress limiting the size and concentration of rural land foreigners could own.
Mr. Adams said his decision was not a direct result of land-buying by China, but he noted that huge “land grabs” in Latin America and sub-Saharan Africa, including China’s attempt to lease about three million acres in the Philippines, had alarmed Brazilian officials.
“Nothing is preventing investment from happening, but it will be regulated,” Mr. Adams said.
A World Bank study last year said that volatile food prices
had brought a “rising tide” of large-scale farmland purchases in developing nations, and that China was among a small group of countries making most of the purchases.

Reporting was contributed by Myrna Domit from São Paulo, Brazil, Charles Newbery from Buenos Aires, David Barboza from Shanghai and Keith Bradsher from Hong Kong.



O interesse da China em terras agrícolas torna o Brasil inquieto


Enquanto muitos bem-vindos os investimentos, o impulso agressivo vem como as autoridades brasileiras começaram a questionar a “parceria estratégica” com a China incentivados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os chineses têm se tornado tão importante para a economia do Brasil que não pode passar sem eles - e isso é precisamente o que está tornando o Brasil cada vez mais inquieto. “Uma coisa que o mundo pode ter certeza: não há mais volta”, disse Lula ao visitar Pequim em 2009.

A China se tornou o maior parceiro do Brasil negociação, compra cada vez maior volume de soja e minério de ferro, enquanto a investir bilhões no setor energético do Brasil. A demanda tem ajudado a estimular um crescimento econômico aqui que tem levantado mais de 20 milhões de brasileiros da pobreza extrema e trouxe estabilidade econômica para um país acostumado a crises periódicas.

No entanto, alguns especialistas afirmam que a parceria foi transferida para um relacionamento clássico neo-colonial em que a China tem a mão superior. Quase 84 por cento das exportações do Brasil para a China no ano passado foram matérias-primas, acima de 68 por cento em 2000. Mas cerca de 98 por cento das exportações da China para o Brasil são produtos manufaturados - incluindo o mais recente, carros de baixo preço para a classe média emergente do Brasil - que estão batendo setor industrial do Brasil.

“O relacionamento tem sido muito desequilibrado”, afirmou Rubens Ricupero, ex-diplomata brasileiro e ministro das Finanças. “Tem havido uma clara falta de estratégia no lado brasileiro.”

Ao visitar a China no mês passado, a nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, enfatizou a necessidade de vender produtos de maior valor para a China, e ela se aproximou para os Estados Unidos. “Não é por acaso que há uma espécie de esforço para revalorizar a relação com os Estados Unidos”, disse Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil do Woodrow Wilson International Center for Scholars. “A China expõe vulnerabilidades do Brasil mais do que qualquer outro país do mundo”.
Movimentos da China para comprar terras fizeram funcionários nervosos. Em agosto passado, Luís Inácio Adams, procurador geral do Brasil, reinterpretou uma lei de 1971, tornando-se significativamente mais difícil para os estrangeiros a comprar terras no Brasil. A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, seguiu no mês passado, o envio ao Congresso de uma lei limitando o tamanho e a concentração de terras rurais estrangeiros poderiam possuir.

Adams disse que sua decisão não foi um resultado direto de compra de terras por parte da China, mas ele notou que grande “grilagem de terras” na América Latina e da África subsaariana, incluindo tentativa da China de locação cerca de três milhões de hectares, nas Filipinas, teve alarmaram as autoridades brasileiras.
“Nada impede que o investimento aconteça, mas vai ser regulamentada”, disse Adams.


Um estudo do Banco Mundial no ano passado disse que a volatilidade 



Os estrangeiros possuem 11 por cento estimados de terras produtivas na Argentina, de acordo com a Federação da Agricultura da Argentina. No Brasil, um estudo do governo estima que os estrangeiros têm o equivalente de terras pertencentes à cerca de 20 por cento do Estado de São Paulo.
Os investidores internacionais têm criticado as restrições. Pelo menos US$ 15 bilhões em projetos de agricultura e da silvicultura no Brasil estão suspensas desde os limites do governo, de acordo com a Agroconsult, empresa de consultoria agrícola brasileira.


“O aperto da compra de terras por estrangeiros é realmente um passo para trás em uma mentalidade ‘Jurassic’ de nacionalismo contraproducente”, disse Charles Tang, presidente da Câmara Brasil-China de Comércio, dizendo que os agricultores americanos haviam comprado parcelas consideráveis ​​no Brasil nos últimos anos, com pouco alvoroço.


Respondendo às críticas, o ministro da Agricultura do Brasil, disse neste mês que o Brasil pode começar a locação de terras a estrangeiros, dadas as barreiras para a propriedade. A própria China não permite a propriedade privada da terra, e advertiu os governos locais contra a concessão locações em grande escala ou de longo prazo para as empresas de uma diretiva de 2001. A China também proíbe as empresas estrangeiras de comprar minas e campos de petróleo.


Mas como, a maioria de sua população come carne, a China deverá aumentar suas importações de soja, principalmente para ração animal, por mais de 50 por cento em 2020, de acordo com o United States Department of Agriculture. No mês passado, Grãos Chongqing assinou um acordo de US$ 2,5 bilhões para produção de soja no estado brasileiro da Bahia. Em outubro passado, um grupo de chineses concordaram em desenvolver cerca de 500 mil hectares de terras agrícolas província de Río Negro, na Argentina. Em ambos os casos, as autoridades chinesas propuseram comprar grandes extensões de terra antes de as autoridades locais levarem para acordos de produção.  “A gente nunca vai vender a terra”, disse Juan Manuel Accatino, o ministro de produção de Río Negro.


Brian Willott, um fazendeiro americano que veio ao Brasil em 2003, disse que o interesse chinês em comprar fazendas não tinha diminuído. “Em todo lugar você vai olhar para uma fazenda e eles dizem: “Nós estamos pensando em vender para os chineses”, disse ele.


Em Goiás, cerca de 70 por cento da soja plantada ano passado foi vendida para os chineses e os chineses estão a tentar usar cerca de 20 milhões de hectares de pastagens que não tem sido cultivada há décadas.
“Para eles, quanto mais rápido melhor”, disse Antônio de Lima, secretário goiano da Agricultura.
Os fazendeiros de lá dizem que partilham os funcionários chineses objetivo de romper o estrangulamento das sociedades comerciais internacionais, como 


Mas Lin Tan, um gerente da empresa chinesa envolvida em Goiás, disse duvidar que as empresas chinesas estavam prontos para substituí-los. “Não vejo que as empresas chinesas que trabalham aqui têm essa experiência ainda”, disse Tan. Mas, “se você pode fazer isso, é bom, claro.”
[Nota do NYT]: o relato foi aportado por Myrna Domit de São Paulo, Brasil, Charles Newbery de Buenos Aires, David Barboza de Xangai e Keith Bradsher de Hong Kong.
Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) - Jota Marcelo 
Fonte: The New York Times
Uruaçu, Brasil - Quando os chineses vieram à procura de soja mais aqui no ano passado, eles perguntaram sobre a compra de terras - lotes do mesmo.
Funcionários na área da agricultura não iria vender as centenas de milhares de hectares necessários.Implacável, o chinês adotou uma estratégia diferente: fornecer crédito aos agricultores e, potencialmente, triplicando a soja cultivada aqui para alimentar galinhas e porcos de volta na 
China.
“Eles precisam da soja mais do que ninguém”, disse Edimilson Santana, um fazendeiro da pequena cidade de Uruaçu. “Este poderia ser um novo começo para os agricultores aqui.”
O acordo de $ 7000000000, assinado no mês passado - para produzir seis milhões de toneladas de soja por ano - é um dos vários atingiu nas últimas semanas, a China se apressa para reforçar a sua segurança alimentar e compensar a sua crescente dependência das culturas dos Estados Unidos, prosseguindo vastas do coração agrícola da América Latina.

Mesmo com o 
BrasilArgentina e outras nações movimentando para impor limites de compra de terras por estrangeiros, os chineses estão a tentar controlar mais diretamente a produção próprios, tendo nação fervor de sua auto-suficiência agrícola no exterior.
“Eles estão se movendo”, disse Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais. “Eles estão procurando por terra, à procura de parceiros de confiança. Mas o que eles gostariam de fazer é correr o show sozinho.”

Um comentário:

Luciene Rroques disse...

Boa tarde Jair H. Não precisa responder o questionamento anterior, eu entendo, ha coisas que nunca são ditas, mas faz parte, converso sempre com várias pessoas e muitas do governo, e a ponderação é realmente necessaria, te entendo, sem demagogia. Agora sobre esta reportagem aqui, pensa comigo, temos condições de abraçar a China? Terras ferteis não são eternas,isto é fato, e cientifico, goias já tem territorios saturados de culturas anteriores onde hoje só nasce seringueira, comeremos borracha? Será que ainda não entenderam que a tecnologia não avançou suficiente na recuperação de terras saturadas pela agricultura? Não que eles passem fome, isto jamais, mas prudência extrema e cautela, nunca são demais.
Um abraço!

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